Compondo o festival In-Edit Brasil, e dirigido por Nilo Romero, Cazuza-Boas Novas faz um retrato grandioso sobre os últimos anos de vida do cantor, porém, não acrescenta nada novo àquilo que já vimos
Existem algumas pessoas que deixam sua marca no universo, seja pela sua importância em algum campo científico, ou por conta do modo como consegue transmitir emoções e sentimentos, e para as pessoas que conseguiram acompanhar a ascensão e a queda destas estrelas, elas serão eternamente lembradas. Elvis Presley é uma delas, Ney Matogrosso é um destes e Cazuza atualmente é uma estrela dourada lá no céu, olhando para o povo brasileiro que tanto amava.
Com mais de 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify, e incontáveis mais em outras plataformas digitais e meios analógicos, é impossível demonstrar o impacto de Cazuza, seja no campo musical com a banda Barão Vermelho, ou em sua importância para a quebra do estigma sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que tristemente o matou em 1990.
Diversas produções já tentaram captar um pouco desta centelha, tendo o cantor ganho até mesmo uma cinebiografia, Cazuza- O Tempo Não Para (2004, Sandra Werneck, Walter Carvalho), em uma época que não era tão comum quanto atualmente.

Cazuza em show apresentado na produção- Foto Arquivo Globo
Cazuza- Boas Novas, não somente é dirigido por um de seus amigos e colaboradores mais próximos, Nilo Romero, mas também se utiliza de depoimentos de parceiros, colegas, familiares e ex amores. Optando por um modo leve de retrato, afinal, os dias finais do cantor já são pesados por si só, a produção se assemelha em certos momentos com uma conversa de bar, em que grandes amigos relembram com carinho a vida do cantor, inclusive seus podres e momentos que o artista deixava sua ousadia realmente tomar conta.
Intercalando os depoimentos, Nilo Romero optou por colocar gravações de shows e filmagens amadoras do cantor e de amigos, desde vídeos dos bastidores e notícias televisionadas, até a icônica cena do show no Canecão, em 1988, que Cazuza cuspiu na bandeira do Brasil.
Demonstrando os altos, baixos, e tristezas do cantor, seja com a doença ou a notícia sensacionalista da Revista Veja que “o matou antes da hora”, a produção é interessante, porém, não apresenta nenhuma grande novidade sobre a vida desta estrela. Para aqueles que já conhecem a história do cantor, praticamente tudo que poderia ser dito sobre Cazuza, já foi dito em outras produções e repetido nesta, assim, o documentário tristemente é eficiente, mas, não se destaca nem esteticamente e nem narrativamente.

Cazuza em cena do show “O Tempo Não Para”- Divulgação Oficial
Cazuza- Boas Novas terá sua estreia nacional durante a 17º Edição do Festival In- Edit Brasil.
O festival de documentário musical terá sua abertura no dia 11 de Junho de 2025, com o filme Anos 90 – A Explosão do Pagode (2025, Emílio Domingos e Rafael Boucinha), e incluirá em sua programação produções variadas que incluem filmes sobre John Lennon e Yoko One, John Williams, Jackie Shane, entre outros, abordando uma gama variada de universos sonoros nacionais e internacionais.
Entre os dias 11 e 22 de Junho de 2025, o festival In-Edit Brasil apresentará mais de 60 títulos, ocupando salas do CineSesc, Cinemateca Brasileira, Spcine Olido, Spcine Paulo Emílio (CCSP), Cine Bijou e Cine Matilha (Matilha Cultural), além de oferecer uma programação paralela com shows, debates, encontros e sessões comentadas com convidados especiais.
Um recorte da programação estará disponível online para todo Brasil, também de forma gratuita, através das plataformas Spcine Play, Sesc Digital e Itaú Cultural Play (IC Play).
Com entrada gratuita em todas as sessões, exceto no CineSesc aonde serão vendidos ingressos a preço popular, a programação completa do 17º Festival In-Edit Brasil pode ser encontrado no site: https://br.in-edit.org/.
Cazuza-Boas Novas terá suas primeiras sessões durante o festival e entrará no circuito nacional no dia 11 de Julho.
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