CRÍTICA | Predador: Assassino de Assassinos é um presente aos fãs

Predador

Dirigido por Dan Trachtenberg, Predador: Assassino de Assassinos amplia a mitologia e entrega tudo o que sempre desejamos ver de um filme da franquia

Quando Arnold Schwarzenegger derrotou o primeiro alienígena da franquia em O Predador (1987, John McTiernan), uma produção que se mantém eficiente e atual até hoje, uma curiosidade e um interesse mórbido surgiu da parte dos fãs, afinal, quem é esta criatura? O que come? Onde mora? Por que seu objetivo primário é matar? Quando veremos mais dela?

A resposta não demorou muito a chegar. Predador 2 (1990, Stephen Hopkins) chegou logo depois e ampliou ainda mais a franquia, e a curiosidade sobre estas feras tão temidas, explicando o fato que elas estão no nosso planeta há tanto tempo quanto a humanidade, sempre observando e sempre matando.

Após isto, a franquia ganhou algumas sequências de qualidades duvidosas, além de dois filmes de Alien Vs. Predador (2004, Paul W. S. Anderson), que merecem um estudo a parte, com o tempo, perdemos esperanças que veríamos uma produção decente de Predador novamente, porém, a franquia foi renovada com o lançamento de O Predador: A Caçada (2022, Dan Trachtenberg).

Dan Trachtenberg entendeu algo essencial para a longevidade da franquia: este universo é riquíssimo, porém, se não estiver baseado em emoções humanos, ele nada mais será do que somente uma brincadeira de crianças, assim, com o protagonismo de uma guerreira comanche, o oposto do brucutu de Schwarzenegger, ganhamos um novo gosto, e a curiosidade voltou.

Predador: assassino de assassinos

Cena de Predador:Assassino de Assassinos- Divulgação Star+

Atuando ao mesmo tempo como uma sequência de Predador: A Caçada, e um filme independente, Predador: Assassino de Assassinos é uma animação que entrega o que o público começou a esperar de um filme da franquia: violência, um alienígena muito feio, lutas bem coreografadas com diferentes armas, uma ampliação da mitologia como um todo, e por fim, algo que todo filme deve ter: coração.

A produção apresenta quatro capítulos bem divididos, e únicos à sua maneira, seja em questão de construção narrativa, ou de cenário ao que os personagens estão inseridos.

O primeiro se passa na Era Viking e conta a história de uma mãe obcecada por vingança, o segundo se passa no Japão Feudal e conta a história de dois irmãos samurais, o terceiro se passa no começo da segunda guerra mundial e conta a história de um jovem piloto, o quarto unifica todos os capítulos em um grandioso final.

Existem muitas coisas para se elogiar no filme. A animação obviamente é uma delas, seguindo um estilo fluido semelhante ao de produções como Arcane (2021, Christian Linke, Alex Yee) e Gato de Botas 2: O Último Pedido (2022, Joel Crawford), e que somente cresce ao se somar como uma cinematografia linda e movimentos de câmera dignos da tela grande, indo desde planos sequências maestrais até uma mise in scene louvorosa.

Em questão narrativa, o fator animação coopera muito mais do que se a produção fosse feita em live-action, afinal, na animação o ritmo é muito distinto, é muito mais fácil ganhar empatia pelos seus personagens, não necessitando tanta explicação ou tempo de tela, e em Predador:Assassino de Assassinos, vemos esta vantagem ser usada até o último momento.

Predador: assassino de assassinos

Cena de Predador:Assassino de Assassinos- Divulgação Star+

Dan Trachtenberg não decepcionou nesta concepção, criando um espetáculo visual e justificando a todo momento o uso do estilo 3d, sobreposto em desenhos bidimensionais, trazendo cenas belíssimas, dignas de serem quadros na parede, além disto, ao focar em 3 relações de amor básicas do ser humano: o amor de uma mãe, o amor fraternal, e o amor por um pai, a audiência se importa com estes personagens, e teme quando o Predador realmente aparece para cada um deles.

Com muita violência que justifica a sua classificação indicativa, não presenciamos somente um Predador, e sim no mínimo 4, incluindo um rei Predador mostrado no último ato, que se passa no planeta dos alienígenas, sendo esta parte que o filme realmente brilha.

Para os fãs, mostrar pela primeira vez o planeta dos Predadores, é algo surreal, uma pena que somente ocorre nos últimos 30 minutos, porém, com um ritmo rápido e 4 histórias potentes, não vemos o tempo passar. Com pouquíssimo tempo de tela, cada um de seus três protagonistas consegue mudar e crescer, algo honrável para uma animação do feito.

Predador

Cena de Predador:Assassino de Assassinos- Divulgação Star+

Sabendo muito bem o seu objetivo de entretenimento, Predador: Assassino dos Assassinos aumenta nosso interesse por novos filmes da franquia, como Predador: Terras Selvagens (2025, Dan Trachtenberg), construindo uma necessária ponte entre nosso último contato com a franquia, e um futuro bem próspero, que mostrará pela primeira vez o ponto de vista do caçador, e quem sabe no futuro uma nova tentativa de retratar uma luta entre o Predador e um Xenomorfo?

Predador: Assassino dos Assassinos já está disponível no Disney+.

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