CRÍTICA | Jurassic World: Recomeço entretém quem procura só isso

Jurassic World: Recomeço sofre de repetir problemas do passado, mas também entrega situações que não tinham sido exploradas até então.

Jurassic World: Recomeço sofre de repetir problemas do passado, mas também entrega situações que não tinham sido exploradas até então.

Jurassic World: Recomeço deixa bem claro que mesmo podendo ser uma possibilidade de atrair um novo público, se mantém firme como continuação de toda a franquia, levando em conta acontecimentos do passado, falhas humanas e a lição aprendida de que os seres devem ser deixados em seu próprio habitat.

A proposta da vez é criar um grupo em que cada pessoa terá uma função característica, em prol de ajudar pessoas ricas a ficarem ainda mais ricas, pegando o sangue de dinossauros que sofreram mutação e podem ajudar na cura de doenças humanas. Durante o percurso, uma família que estava viajando vai se meter na encrenca deles.

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Jurassic World: Recomeço | Universal Pictures

Se tratando da história, ainda que simples, o modo como leva a se concretizar é o que pode atrapalhar a experiência daquele que assiste, pois, há muita facilitação e conveniência de roteiro para os personagens escaparem com vida nas situações que se encontram, sendo salvos pelo dinossauro errar o tempo de morder ou por serem imunes à uma queda que é amortecida por galhos.

Em diversos momentos, acontecem situações bizarras da personagem entrar no carro como se estivesse num filme de espião, de um ser grande desaparecer na floresta em questão de segundos ou de um pacote de Snikers ter uma função absurda graças ao roteiro. Muitas situações que funcionariam em uma animação ou filme de comédia, são colocadas e levadas a sério em Jurassic World: Recomeço.

Não bastasse isso, os diálogos são cafonas, sem graça e parecem buscar um efeito. Contudo, piora quando o longa-metragem tenta ser engraçado, apresentando relações e situações onde o humor deveria ser o ponto forte, mas raras serão as cenas bem sucedidas nesse departamento. Fica claro uma falta de tato para onde a comédia funcionaria e, principalmente, onde teria sentido o personagem agir ou falar de tal modo.

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Jurassic World: Recomeço | Universal Pictures

As cenas com os seres que fazem essa franquia continuar tão forte fazem valer a assistida pela qualidade técnica, pelo novo visual e pelas situações tenebrosas que proporcionam a equipe. A forma que o diretor Gareth Edwards as conduz, começando com eles em segundo plano, para criar uma tensão e iniciar uma sequência em que o nível só eleva, ou brincar com a expectativa, estimula uma experiência agradável.

Pena, que a resolução das cenas de ação, sofram de preguiça ou, em sua maioria, de um auxílio do roteiro. Todavia, é notável enxergar a belíssima mensagem que o filme procura passar em prol da natureza, da humanidade, de buscar ajudar o próximo ou de entender que há valor nessas vidas que os personagens estão mexendo, fazendo um possível reflexo com a própria natureza selvagem que estamos sempre cutucando, quando só deveríamos nos comportar.

Vale destacar as referências que o filme busca fazer a trilogia clássica, abusando da nostalgia no uso da trilha sonora de John Williams, sendo o único momento que o som vai chamar a atenção dentro do filme, ou em coisas sutis, como a presença do T-Rex ou a situação perigosa com as crianças dentre corredores.

Jurassic World: Recomeço em nada recomeça de verdade. Continua, se prende a nostalgia e mesmo que tecnicamente seja magnífico, na parte que mais importa, a magia desse universo adaptado pelo Spielberg, não apresenta algo que brilhe os olhos mesmo com uma mensagem tão otimista.

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