A Hora do Mal é um filme dirigido por Zach Cregger, mesmo diretor de Noites Brutais, mas agora com uma inteção e estrutura de história um pouco diferentes do filme de 2022. Cregger marca seu nome no ano de 2025 ao lançar um dos melhores filmes do gênero dos últimos anos e deixa um ânimo para os fãs de terror.
Nos últimos anos, o terror se consolidou como um dos gêneros mais férteis do cinema, capaz de dialogar com público e crítica em igual medida.
A Hora do Mal chega como mais um exemplo dessa força, trazendo um roteiro bem construído, atuações consistentes e uma narrativa que entende o tempo necessário para criar expectativa, desenvolver seus personagens e entregar momentos de impacto.
O resultado é um filme que não apenas assusta, mas também demonstra consciência narrativa, sabendo onde quer chegar e como usar cada peça de sua história.

Josh Brolin é um dos destaques de A Hora do Mal – Divulgação Warner Bros
Logo nos primeiros minutos, a estrutura pode soar ambígua. O espectador é introduzido a diferentes personagens, cujas conexões ainda não são claras, e isso pode causar a sensação de estar um pouco perdido.
No entanto, essa escolha é proposital. O roteiro constrói as bases da narrativa com calma, sem pressa em revelar tudo de imediato. Esse ritmo mais lento no início funciona como preparação para o que vem depois, pois quando as peças começam a se encaixar, a experiência se torna ainda mais satisfatória. O que parecia disperso se mostra, na verdade, cuidadosamente entrelaçado.
Outro ponto de destaque é o elenco. Não há uma atuação fora do tom ou que comprometa a trama. Todos entregam personagens sólidos, com intensidade e credibilidade, e isso ajuda a sustentar o realismo necessário para que o suspense funcione.
Em filmes do gênero, é comum que coadjuvantes se tornem esquecíveis, mas em A Hora do Mal até os papéis menores têm peso dentro da engrenagem da história. Essa consistência faz com que o espectador esteja sempre atento, sem nunca sentir que algo está sobrando.

A Hora do Mal é o primeiro projeto dirigido por Cregger desde 2022 – Divulgação Warner Bros
A grande virada do filme, no entanto, acontece quando a vilã é apresentada — e isso só acontece na metade da trama. É uma escolha ousada, porque poderia comprometer o ritmo ou diminuir o suspense.
Mas aqui acontece o oposto: a revelação é tão bem construída que aumenta a expectativa do público. A presença da antagonista não só intensifica a tensão como também reorganiza a narrativa, levando-a a um novo patamar.
Mais do que um simples obstáculo, a vilã carrega personalidade, motivações e um espaço próprio dentro da história. E o mais interessante: ela é tão marcante que o filme deixa portas abertas para um possível spin-off, algo que parece natural, e não apenas uma jogada de mercado.

Julia Garner ganha outro papel de destaque em 2025 – Divulgação Warner Bros
Ao final, A Hora do Mal se revela um terror que entende suas próprias ambições. É intenso sem ser gratuito, lento sem ser arrastado, complexo sem ser confuso. Tudo parece calculado para que o público se envolva com os personagens, tema medo pela situação deles e, ao mesmo tempo, queira saber mais sobre o universo apresentado.
Quando os créditos sobem, fica clara a sensação de ter assistido a uma história completa, mas que ainda guarda possibilidades de expansão (especialmente pelo potencial da vilã).
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