CRÍTICA | Corra que a Polícia Vem Aí recupera a comédia sem noção 

Corra que a polícia vem aí sabe muito bem em que momento se encontra e dá um jeito de dialogar com todos os públicos.

Corra que a Polícia Vem Aí sabe muito bem em que momento se encontra e dá um jeito de dialogar com todos os públicos.

“Corra que a polícia vem aí” foi uma franquia de sucesso, por volta dos anos 80, no meio da comédia, sendo protagonizada por um ator que ficou conhecido pelo gênero de ação e que, ao envelhecer, se entregou para outro meio, ironizando um gênero que por tanto tempo fez parte. E Liam Neeson (conhecido por obras com muito tiro, como a trilogia “Busca Implacável“) parece seguir o mesmo percurso.

A história percorre um caminho bem simples, com Frank Junior investigando um caso especial que o leva a encontrar uma mulher que fará seu mundo girar (talvez literalmente)  e o ajudará a descobrir sobre um plano maléfico que promete fazer a Terra voltar às suas raízes, quando o “tempo era bom”.

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Corra que a Polícia Vem Aí | Paramount Pictures

Fica visível pela simplicidade o quanto a obra está mais centrada em como vai contar essa clássica jornada, ao invés do que ela propõe em si, se aproveitando do gênero da comédia para exagerar, se divertir e aloprar os arquétipos comuns nos longas de ação e espionagem. Um que, por vezes, acaba sendo homenageado é a franquia Missão Impossível, que teve seu oitavo filme lançado no mesmo ano.

Nos primeiros minutos, uma brincadeira absurda de tão fora da realidade é feita e já fica claro qual vai ser a abordagem do longa-metragem. Encontrando um modo atraente de dividir entre situações que não aconteceriam, sendo levadas na “seriedade”, em respostas literais para um pedido com outro sentido, na participação proposital da “mão do diretor” e no modo como a câmera dá foco para um acontecimento, enquanto deixa um espaço para outro que está sendo ignorado.

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Corra que a Polícia Vem Aí | Paramount Pictures

Dessa forma, não existe um fator que sobra ou incomoda, pois a óbvia trilha sonora, o vilão com feição esnobe e os comentários caricatos soam propositais, tendo o total intuito de provocar risada pelo quão cafona, bobo ou bizarro se torna aquele momento, especialmente aquele que o casal tira férias em uma cabana.

Todavia, causa incômodo a pressa em resolver todas as situações alarmantes. A conclusão gera momentos marcantes e engraçados, mas carece de trazer uma dificuldade maior, ou apenas mais exagerada, que poderia gerar algo mais absurdo e que, dentro da proposta, seria cabível. O filme acaba rápido e o gosto por querer mais fica na ponta da língua. Pelo menos, acaba sendo bem legal como o filme encontra uma forma de te prender até a conclusão dos créditos.

“Corra que a polícia vem aí” aborda a possibilidade de encontrar o amor depois de anos sozinho e a luta interminável do ser humano para com a evolução da tecnologia, podendo deixar que ela auxilie, mas não domine. Vão existir pessoas buscando ganhar por cima de outras, e vão existir aquelas que estarão despreocupadas com as situações que vão se meter, já que a causa vai além dos riscos. Liam Neeson sempre protagonizou o herói que faz tudo em prol do bem e aqui não é diferente, apenas se encontra em um tom mais agradável.

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