CRÍTICA | Invocação do Mal 4: O Último Ritual chega para cobrar dívida de casal Warren em um terror bem-feito

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A partir desta quinta-feira (4), chega aos cinemas de todo o Brasil o mais novo lançamento da franquia que coleciona milhares de fãs ao redor do mundo. Dirigido por Michael Chaves, Invocação do Mal 4: O Último Ritual (2025) é o capítulo de encerramento de uma das sagas mais bem consolidadas do universo do terror no audiovisual.

Com Vera Farmiga (Bates Motel, 2013) e Patrick Wilson (Aquaman, 2018) na pele do famoso casal Warren mais uma vez, a obra tem duração de duas horas e quinze minutos e tem arrancado muitos elogios da crítica internacional. Mas, afinal, o filme é bom mesmo? Nós já assistimos ao longa-metragem e contamos tudo o que achamos nesta análise completa e sem spoilers.

A história de Invocação do Mal 4: O Último Ritual

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Invocação do Mal 4: O Último Ritual conta o último caso dos Warren – Divulgação/Warner

Após anos dedicados à resolução de casos sobrenaturais, Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga) Warren tentam viver uma vida tranquila ao lado sua filha e longe de qualquer perigo aterrorizante que possa existir. No entanto, ao perceber que entidades misteriosas continuam assombrando a vida de Judy (Mia Tomlinson), o casal se vê envolvido em mais um trama que vai colocar todos frente a frente com seus maiores medos.

Explorando a relação do casal principal como pano de fundo, Invocação do Mal 4: O Último Ritual promete encerrar a história dos investigadores em uma batalha final contra as forças malignas, regada à muita tensão e suspense.

Casal Warren tem dívida cobrada

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Filme de Michael Chaves encerra franquia iniciada por James Wan – Divulgação/Warner

É impossível dedicar tantos anos da sua vida a combater o sobrenatural sem nunca sofrer consequências por isso. Pelo menos é essa a ideia que Michael Chaves (A Maldição da Chorona, 2019) quer passar sobre o casal de protagonistas do terror mais conhecido de Hollywood. Baseado nas histórias reais da dupla que resolveu uma série de mistérios pertencentes ao outro plano, o diretor aqui guia muito bem os dois personagens ao ritual final da sua aventura.

Utilizando de artifícios técnicos muito semelhantes aos usados no filme anterior da saga, Chaves consegue impôr a sensação de que os espíritos, por vezes derrotados pelos Warren, estão prontos para cobrar a dívida eterna. E qual maneira melhor de fazer isso, se não tendo como alvo a maior preocupação de suas vidas? Como era de se esperar, a filha passa a ser o ponto de destaque da trama.

Mas esse não é, nem de longe, um problema. Mia Tomlinson sustenta com qualidade a personagem que lhe é pedida. Em muitas situações de contracena com a mãe, a primogênita consegue transmitir a ideia de que sabe que carrega consigo um enorme peso por conta de seus pais, mas não deixa que isso a impeça de viver a sua vida, inclusive a amorosa. Par romântico de Judy, Tony (Ben Hardy) é uma ótima inclusão na história, muitas vezes sendo responsável pelo alívio cômico, contrastando com o tom de mistério e suspense.

Roteiro bem-amarrado nos dois primeiros atos

Um ponto forte dos filmes de Invocação do Mal é a ótima capacidade dos roteiristas em criar personagens que alimentam ótimas subtramas ao longo da narrativa. Enquanto o casal Warren se vê envolto em um enorme embate contra espíritos malignos, há sempre espaço para elementos secundários se desenvolverem em construções sólidas. Não é diferente neste caso. É claro que todos estão curiosos para saber qual será o grande fim de Ed e Lorraine, mas o filme também entrega excelentes inserções relacionadas à filha Judy e à família Smurl, que rouba a cena do longa em sua casa mal-assombrada.

Desde o primeiro take, o público já está imerso nos acontecimentos. Afinal de contas, o ritmo começa muito acelerado, com uma sequência de cenas envolvendo os protagonistas quando ainda eram mais novos. O perturbador nascimento da única filha do casal acumula enorme tensão em momentos onde os espectadores prendem o fôlego e já se veem completamente envolvidos com a proposta apresentada em tela. Tudo fruto do roteiro bem amarrado por David Leslie Johnson e da montagem final de Elliot Greenberg e Gregory Plotkin.

Ainda sobre o lado técnico, não há como não mencionar a edição de som do longa-metragem. Por se tratar de um filme de terror, que geralmente precisa de uma mescla entre momentos de alta adrenalina e outros de silêncio total, o trabalho sonoro colabora diretamente para a experiência, pois ele guia da forma correta, ajudando a manter atenção presa no que pode estar por vir.

O ponto fraco

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Invocação do Mal 4: O Último Ritua chega aos cinemas do Brasil em 4 de setembro – Divulgação/Warner

É uma pena que toda a excelente construção feita até o início do terceiro ato acabe tendo um encerramento, até certo ponto, simplista. A história é empolgante, os personagens são instigantes, a curiosidade está a mil – muito por conta dos ótimos enquadramentos e jogos de câmera que potencializam a tensão – quando o longa entrega uma finalização bastante improvável para toda a lenda que havia se criado a respeito do mal que os aguarda.

De fato, não é ruim. O clímax é extremamente honesto e funciona de acordo com a proposta apresentada. No entanto, quando se possui uma mitologia tão incrível quanto a do ritual final dos Warren, é de se esperar que a resolução seja um pouco mais corajosa. Falta algo, mas não atrapalha a diversão.

É o fim de Invocação do Mal?

A título de comparação, não há como negar que os cinemas de James Wan – diretor de Invocação do Mal 1 e 2 – e Michael Chaves – responsável pela direção dos dois seguintes – são bastante distintos. Contudo, mesmo não usufruindo de takes longos e mais sustos, como nos trabalhos que consagraram Wan, Chaves ‘conclui’ a Saga do Mal de forma satisfatória.

O termo entre aspas na última frase se deve pelo fato de que, apesar desse ser o fim dos Warren, é difícil acreditar que tanto os seus criadores quanto a Warner deixarão a franquia tão bem-sucedida morrer.

Assista ao trailer de Invocação do Mal 4: O Último Ritual

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