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CRÍTICA | Avatar: O Último Mestre do Ar, entrega uma adaptação coerente, apesar de algumas falhas

Adaptar animações para séries live action é, quase sempre, uma tarefa arriscada, tanto pela dificuldade em reproduzir traços característicos de desenhos quanto pelo apego que os fãs têm pela obra original.

Portanto, ao embarcar na produção da série “Avatar: O Último Mestre do Ar“, a equipe assumiu um desafio, especialmente após o fracasso da adaptação cinematográfica de 2010, comandada por M. Night Shyamalan. Dado o histórico, a maioria dos fãs não tinha grandes expectativas com a série. Mas, em meio à desesperança, a obra de Jabbar Raisani se provou bastante convincente em seus oito episódios, se mostrando bastante fiel à obra original.

A trama se desenrola em um mundo dividido entre quatro nações, cada uma representando um elemento: água, terra, fogo e ar. Aqui, certas pessoas possuem o dom da dobra, enquanto o Avatar tem o poder de dominar todos os elementos e por isso, se torna uma figura de enorme respeito entre as nações. Na narrativa, um deslize faz com que o novo Avatar, o garoto Aang, fique em coma por 100 anos e, nesse meio tempo, a nação do fogo começa sua missão de dominar o mundo, dizimando vários povoados. Ao ser encontrado pelos irmãos da tribo da água, Sokka e Katara, Aang desperta e descobre que precisa aprender a dobra de mais três elementos para salvar o mundo, contando com a ajuda dos novos amigos.

CRÍTICA | Avatar: O Último Mestre do Ar, entrega uma adaptação coerente, apesar de algumas falhas

Avatar: O Último Mestre do Ar | Netflix

Dado o tempo limitado de tela, alguns aspectos da trama tiveram que ser simplificados ou até mesmo deixados de lado, uma decisão compreensível para manter o ritmo da narrativa. A nova abordagem resultou em uma série que conseguiu explorar temas relevantes de forma mais madura, como genocídio, morte e machismo.

A escolha dos personagens, no geral, foi bastante feliz, com Gordon Cormier no papel principal, trazendo muito carisma. Mas o destaque vai para Kiawentiio Tarbell, que trouxe bastante leveza e espirituosidade à personagem Katara, e para Dallas Liu, que interpretou Zuko com bastante emoção, lhe conferindo toda a densidade necessária.

Por outro lado, a série limitou bastante Sokka, um dos personagens com mais destaque da animação, tirando seu humor e, consequentemente, sua personalidade, o deixando um tanto blasé. A falta de caracterização do personagem pode ser um impeditivo para seu desenvolvimento durante a série, algo que saberemos nas temporadas seguintes.

Ainda nesse sentido, a ausência de certos episódios afetou o desenvolvimento dos personagens e a construção de seus relacionamentos, especialmente com Appa, um dos elementos mais queridos da série original. Por esse motivo, em linhas gerais, a série perdeu um pouco sua essência, deixando algumas brechas no caminho, que trazem uma imprecisão de desenvolvimento na trama. No entanto, apesar das falhas, essa é uma adaptação convincente, que foi feliz na maior parte de suas escolhas, e traz, inclusive, certo sentimento de nostalgia aos fãs mais antigos do desenho.

Espero que a segunda temporada traga mais da essência da série com os novos personagens!

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