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CRÍTICA | 1ª temporada de Invencível dá um novo frescor pro gênero sem perder sua essência

Mark Grayson é filho do maior super-herói da Terra, mas sempre se sentiu deslocado por nunca demonstrar ter puxado o gene poderoso da família, até que em um dia qualquer, encontra uma força além do comum e a oportunidade de alcançar as estrelas sem uma máquina. Deste dia em diante, ele busca ser um herói diferente de tudo que já foi visto, testando sua capacidade para poder enfrentar qualquer tipo de problema que lhe aparecer. Infelizmente, ele não esperava que o seu próprio pai poderia vir a calhar de ser um desses problemas.

Com uma trama simples, mas instigante como esta, Invencível deixa sua marca dentro do gênero de super-heróis ao pegar elementos que conhecemos, como um herói poderoso que usa capa, uma equipe familiar que age quando convém e um garoto do colégio que precisa equilibrar a vida secreta com a pessoal, para subverter suas expectativas com o que está acostumado a ver e compreender aos poucos, que essa realidade é um pouco diferente. É um universo que compreende mais as consequências de ter um corpo invulnerável no mundo real.

CRÍTICA | 1ª temporada de Invencível dá um novo frescor pro gênero sem perder sua essência

Invencível (1ª temporada) | Prime Video

Veja bem, por mais que a comparação com “The Boys” seja inevitável, ao assistir dois ou três episódios, ficará perceptível a diferença entre as duas séries que fazem parte do catálogo do Prime Video, pois enquanto a citada traz um olhar cínico que vilaniza os poderosos de uniforme, trazendo um forte humor satírico para brincar com o que é feito na indústria audiovisual, a série animada que procuro analisar nunca perde a energia divertida, aventuresca e inspiradora que as melhores obras de super-heróis conseguem emanar. Contudo, apresenta precisão em dosar o elemento fantasioso com a parte cruel que cerca o mundo, seja em pessoas ruins manipulando heróis em benefício próprio ou a verdade nua de que na maioria das vezes, não vai aparecer alguém de última hora pra te salvar. Fazendo tanto o protagonista quanto o espectador a amadurecer a ideia de que tudo é possível e todos correm risco de nunca mais voltarem… ainda que alguns sim graças ao elemento fantasioso.

A técnica da animação provavelmente acaba sendo a maior crítica que podem ter com o seriado pela qualidade variar em momentos e episódios. Se no primeiro, o personagem voa de um jeito menos fluído que um filme feito em stop-motion, no capítulo final, a luta é dinâmica, empolgante e bem dirigida a ponto de cada plano conversar com a trilha sonora marcante de John Paesano para surtir efeito em quem assiste. A mim, o incomodo com a estética foi pouco, pois vi como algo próprio do seriado, trazendo essa sensação de ver um gibi ganhando vida, no caso aqui, em 2D, enquanto que seu roteiro demonstra a força matriz para desenvolver os personagens e suas respectivas tramas, de um jeito que seja difícil não simpatizar. Algumas envolvendo personagens secundários podem ficar em aberto, mas é esclarecido que eventualmente retornarão para causar quando o mundo aparentar calmaria.

CRÍTICA | 1ª temporada de Invencível dá um novo frescor pro gênero sem perder sua essência

Invencível (1ª temporada) | Prime Video

Sendo assim, a adaptação do quadrinho de Robert Kirkman demonstra originalidade e um verdadeiro frescor para aqueles que podem estar cansando da fórmula batida em obras de super-heróis, evidenciando que há sempre um jeito de surpreender, principalmente quando este universo prova ser ainda mais interessante ao sair do planeta Terra. Invencível pode indicar o potencial de cair em temas batidos, mas a forma como conduz a narrativa de um jeito adulto, alinhando tudo que debate sem esquecer-se de destacar o sentimento das pessoas comuns e poderosas para com os seus erros, defeitos e acertos, é o que a torna tão atraente e fácil de acompanhar.

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