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CRÍTICA | O Problema dos 3 Corpos tece um enredo envolvente entre mistérios cósmicos e dramas pessoais arrastados

O Problema dos 3 Corpos mantêm os espectadores num misto de emoções enquanto exploram as fronteiras do desconhecido.

A adaptação do aclamado livro de Cixin Liu, “O Problema dos Três Corpos”, para uma série de oito episódios pela Netflix tem gerado considerável interesse, especialmente por ser liderada pelos controversos criadores de Game of Thrones, David Benioff e DB Weiss. Apesar das desconfianças iniciais sobre a abordagem dos dois diretores, é difícil não se empolgar com a trama, dada a popularidade do livro, diversas premiações vencidas e a promessa de uma adaptação que levará grande interesse tanto os fãs ocidentais quanto um público mais jovem.

A história se desenrola em meio à Revolução Cultural na China, no final da década de 1960, e segue um grupo diversificado de astrofísicos, militares e engenheiros que se unem em um projeto ousado: estabelecer comunicação com formas de vida extraterrestres. Cinquenta anos depois, as repercussões dessa decisão reverberam na humanidade, colocando-a em perigo por forças além de sua compreensão. Agora, o mundo deve enfrentar uma visita inesperada, enquanto cientistas contemporâneos exploram os segredos e mistérios do projeto original para entender o que está realmente acontecendo.

O Problema dos 3 Corpos tece um enredo envolvente entre mistérios cósmicos e dramas pessoais arrastados

O Problema dos 3 Corpos | Netflix

O ponto central da série são os cinco protagonistas, apelidados de “Oxford Five”, devido ao seu conhecimento excepcional e destaque na faculdade de Oxford. Auggie Salazar, Jack Rooney, Jin Cheng, Will Downing e Saul Durand são amigos ligados pela ciência, mas a falta de desenvolvimento individual na história é uma falha notável. Enquanto alguns têm uma participação significativa na trama, outros parecem aparecer apenas ocasionalmente para reforçar sua presença.

O início da série é cativante, especialmente com a introdução de um dos destaques da trama que é o investigador Da Shi, liderado por Thomas Wade, um homem influente nos serviços de inteligência, que investiga os misteriosos suicídios de cientistas, que dê certa forma, foram mortes totalmente suspeitas e com uma ligação entre si. Essa aura de mistério instiga a curiosidade do público de uma forma positiva na trama, mas mistérios esses que são resolvidos precocemente nos primeiros episódios. No entanto, para aqueles que preferem uma narrativa mais direta, a série se destaca ao evitar enrolações excessivas.

O Problema dos 3 Corpos tece um enredo envolvente entre mistérios cósmicos e dramas pessoais arrastados

O Problema dos 3 Corpos | Netflix

Ao decorrer dos episódios, a série acaba perdendo o foco no que realmente interessava, que era a questão da tensão entre os humanos e os alienígenas, para destacar a dramatização de personagens mal construídos durante os últimos episódios, passando uma sensação de episódios totalmente arrastados.
Apesar dos problemas de desenvolvimento de personagens, a série atinge um visual muito bom e fiel ao que se era esperado em relação aos livros, principalmente mostrando sobre a ambientação da China antiga, e cenas de ação de tirar o fôlego.

Ao todo, O Problema dos 3 Corpos cumpre bem seu papel no quesito gênero sci-fi, trazendo elementos científicos interessantes e nos deixando com aquele gostinho de “quero mais” para uma possível segunda temporada, pois ainda há muito a ser contado e mistérios a serem resolvidos.

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